O projeto foi elaborado pelo Laboratório Científico de Marte (MSL, na sigla em inglês) da NASA, a um custo de 2,5 bilhões de dólares.
A
previsão é de que o foguete aterrisse em marte em 5 de agosto de 2012 e
que o Curiosity passe então a enviar informações aos cientistas sobre
suas descobertas sem ter que trazer amostras físicas para a Terra.
O
Curiosity é uma espécie de jipe-robô de seis rodas movido por
combustível nuclear e é o maior e o mais avançado veículo robotizado já
construído para explorar Marte.
Para fazer isso, o dispositivo do
tamanho de um veículo utilitário, equipado com um braço robótico, conta
com um perfurador e uma série de 10 instrumentos científicos que incluem
duas videocâmeras de cor, um raio laser capaz de destruir rochas, e uma
caixa de ferramentas para analisar seus conteúdos.
"É o veículo
sonhado por um cientista que estuda Marte", declarou aos repórteres
Ashwin Vasavada, responsável científica adjunta do projeto MSL do
Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa.
"Este é o dispositivo de
exploração científica mais competente que já enviamos ao espaço...
Estamos muito entusiasmados", acrescentou.
A NASA vê o Curiosity
como um ponto médio no longo caminho de exploração do planeta, que pode
culminar numa missão de exploração humana em 2030.
A exploração de
Marte por parte da NASA começou em 1976 com a aterrissagem do veículo
espacial Viking e continuou, mais recentemente, com os veículos
robotizados Spirit e Opportunity, que começaram a percorrer a superfície
marciana em 2004.
O Spirit deixou de funcionar no ano passado, mas o Opportunity ainda está trabalhando.
Qualquer
pista que o Curiosity possa enviar sobre a habitabilidade do planeta
situado em quarto lugar de distância do Sol e sobre os níveis de
radiação que existem ali será de importância vital para a Nasa e para as
futuras missões de exploração.
O local onde o veículo pousará
será a cratera de Gale, perto do equador marciano, escolhida porque
contém cinco quilômetros de altas montanhas e porque, acredita-se,
abriga camadas baixas de sedimentos e de argila que poderiam ter contido
água e, portanto, vida.
"Estamos, basicamente, lendo a história
da evolução ambiental em Marte", disse John Grotzinger, responsável pelo
projeto do Laboratório Científico de Marte no Instituto de Tecnologia
da Califórnia (sudoeste).
"Começamos do fundo, onde estão as
argilas, depois passamos aos sulfatos, chegamos até o alto da terra e
obtemos rochas que acreditamos que são formadas em ambientes onde,
principalmente, não há água, e que representam a fase mais seca e
recente de Marte", disse.
A própria cratera apresenta uma pequena
elevação, o que faz os cientistas acreditarem que, se a água chegou ao
fundo de Marte, é possível que seja encontrada ali e que tenha deixado
para trás indícios de vida.
Na Terra, a vida microbiana existe em
todos os locais onde há água, o que faz os cientistas esperarem que o
mesmo aconteça em Marte e que possam encontrar, mais do que pistas de
que a vida existiu, sinais de que a vida microbiana ainda existe.
"Vai buscar locais habitáveis, seja no passado ou potencialmente no
futuro ou presente", disse Mary Voytec, diretora do programa de
Astrobiologia da Nasa.
Mas antes, o Curiosity terá que viajar os
570 milhões de quilômetros que o separam de Marte, chegar intacto e
sobreviver a uma complexa aterrissagem com a ajuda de foguetes.
O
projeto deve durar dois anos terrestres, ou um marciano, mas a Nasa
espera que, como ocorreu com seus veículos anteriores, o Curiosity
ultrapassará a vida útil programada.
"O Viking fez o melhor que
pôde, mas só conseguiu analisar algumas amostras. O MSL vai examinar
toneladas de amostras", disse Pamela Conrad, principal pesquisadora
adjunta e analista de amostras de Marte.
"Marte pode muito
facilmente ter evoluído no complexo de substâncias químicas que o
tornariam um ambiente habitável. E esta informação ainda está em Marte",
adiantou
Nenhum comentário:
Postar um comentário